CASA AMÉLIA IMPÉRIO E ERNST HAMBURGER | X |
Flávio desenhou uma casa para sua irmã e cunhado, infelizmente não construída. É uma variante de um protótipo que elaborávamos desde os tempos de estudantes (na época, Júlio Barone também participou) e cuja primeira aplicação foi a casa de Bernardo Issler que construí em 1961. Rodrigo, posteriormente, multiplicou os exemplos com virtuosidade. Flávio concentrou nesse projeto tudo o que queríamos de arquitetura. Estrutura clara: abóbada perfeita, funcionando só a compressão, sem precisão de isolamento ou impermeabilização, a curva mansa protegendo primeiro o canteiro, depois a família Império – Hamburger com sua conotação maternal, uterina. Dentro liberdade total, permitindo escapar da rigidez da casa burguesa. Sobre o mezanino, totalmente aberto à comunidade da criançada numerosa, camas, armários, bancos, mesas compõem uma festiva promenade architecturale. Em baixo a promenade continua fluida com poucos espaços fechados. Fora da cobertura, os volumes dos “espaços molhados” brincam com o jardim. A seriação dos trabalhos seria perfeita, todos à vista, reconhecidos.
SÉRGIO FERRO