CASA AMÉLIA IMPÉRIO E ERNST HAMBURGER (1967)

Em 1967 Flávio Império une-se a Rodrigo Lefèvre para desenhar a casa de sua irmã Amélia e de seu cunhado, ambos físicos e professores universitários. Nesse projeto, os arquitetos fazem uso de um sistema de cobertura em laje pré-moldada, que configura abóbada única, implantada no sentido longitudinal ao terreno, apoiada em pilares periféricos que também estruturam o andar superior da casa, com inferior semienterrado. A conexão entre pisos é feita por três escadas em balanço: uma central e duas periféricas ao corpo da abóbada, próximas às torres hidráulicas dos banheiros, que extrapolam os limites da mesma. Sob a cobertura curva, um arranjo espacial orgânico, com integração central de sala, cozinha e quintal ladeados pelo quarto de empregadas e área de serviço na frente do terreno, quarto do casal e escritório nos fundos. Um grande mezanino é destinado ao quarto coletivo dos filhos, com mobiliário de alvenaria, equipamento funcional com alturas diversas. A capacidade de síntese e a intenção plástica de uma única prancha do anteprojeto original (com desenho de duas plantas e dois cortes) possibilitou a execução póstuma de uma maqueta, aqui posta como obra, em que podemos vislumbrar a riqueza e a densidade do desenho que não chegou ao canteiro.