EXPOSIÇÕES - ANOS 1960

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  • REPERCUSSÃO (5/9)
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    Opinião 65 Exposição Polêmica, 1965
    Revista Manchete

    Exposição Opinião 65, 1965

    Acervo Flávio Império

    Uma nova Semana de Arte Moderna agita o mundo artístico

    OPINIÃO – 65

    EXPOSIÇÃO POLÊMICA

    A exposição tem Opinião – 65 tem levado muita gente ao MAM, para ver trabalhos de Flávio Império, Wesley Duke Lee, Ivan Serpa, Vilma Pasqualini e outros brasileiros, ao lado de estrangeiros de várias nacionalidades.

    Ceres Franco, organizadora de importantes exposições de arte em Paris, Madri e São Paulo, voltou de uma longa permanência na Europa para apresentar no museu de Arte Moderna, do Rio de Janeiro, uma mostra de vanguarda com pintores brasileiros e estrangeiros, sob o título de Opinião-65. Ela explica a sua iniciativa como um esforço para dar ao nosso público uma ideia ampla e documentada das últimas tendências da arte contemporânea. A exposição Opinião-65 é apresentada como uma ruptura com a arte do passado. Segundo Ceres Franco, a pintura abstrata vem de há muito se debatendo com uma nova estética que se está impondo no mundo inteiro. Estética que é, na realidade, uma antiestética, representada pelo novo realismo, a pop-art  e a nova-figuração. A organizadora da atual mostra do MAM compara o impacto causado no público por esse movimento, ao da famosa Semana de Arte Moderna, em São Paulo, que marcou o fim do academicismo. Entre os valores estrangeiros da exposição figura o inglês Roy Adzak, que ainda há pouco realizou uma importante mostra individual na famosa Galeria Iris Clert, sob o título de Cotemporary Art of Tomorrow e com catálogo prefaciado por Otto Hahn, crítico do semanário L’Express. Adzak mostra em seus desenhos em negativo, resolvidos tecnicamente com a bomba spray, uma série de objetos de utilização cotidiana: sapatos, garfos, facas, espanadores, etc. O espanhol Juan Genovés, que representará este ano a sua pátria na VIII Bienal de São Paulo, procura transmitir, em suas obras, a angústia humana dos grandes centros urbanos, através de personagens inidentificáveis , que se procuram, se perdem e se ignoram. Há ainda outro espanhol presente, Manuel Calvo, este residente no Rio e que encara de modo diferente o problema da multidão. Em suas obras, os homens se encontram, alinham-se, dão-se as mãos, mostram que a união faz a força. Ainda entre os estrangeiros destacam-se o argentino Antonio Berni, o Italiano Gianni Bertini, o francês Alain Jacquet, o grego Gaïtis, o inglês John Christoforou. Mas Ceres Franco faz questão de exaltar também a contribuição dos jovens artistas brasileiros, entre os quais Rubens Gerchman, Hélio Oiticica, e Antonio Dias, este um moço de 21 anos, natural da Paraiba, que ja realizou uma exposição individual em Paris, na Galeria Florence Housto-Brown, obtendo grande êxito de vendas com as suas pinturas-objetos. Dele, diz Ceres: “É exímio na arte assemblage, revelando-nos o mundo violento e primitivo da infância.

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