O espetáculo Morte e Vida Severina foi considerado por Flávio Império como sua estreia no teatro profissional.
Com cenários e figurinos confeccionados em tecido de juta, algodão, papelão e cola, eles sugeriam os espaços e as figuras características do sertão nordestino. A montagem foi uma das primeiras experiências de utilização da projeção de imagens em palcos brasileiros. O recurso, que seria ainda inúmeras vezes explorado como linguagem e aprimorado tecnicamente ao longo de toda a obra cenográfica de Flávio, trazia o dado real da chegada dos imigrantes à estação de trem paulista, fabricando um plano de realidade sobre a espacialidade representativa da cena . Os slides em preto e branco, realizados por Benedito Lima de Toledo e Rubens Rodrigues dos Santos a pedido do cenógrafo, retratavam sertanejos nordestinos reais no momento do desembarque na Estação do Norte, em São Paulo.
O poema traça em versos a caminhada de um retirante do interior de Pernambuco em direção à cidade grande, construindo um panorama único de personagens-crias do solo seco do sertão brasileiro. Chama-se Severino, como tantos outros, pouco valendo acréscimos ao nome para distingui-los, visto que são iguais em tudo na vida.
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) escreveu esse auto possivelmente para ser representado no Natal. Entre as várias encenações do poema, está a produção do Teatro Cacilda Becker, com estreia em 3 de novembro de 1960, no Teatro Natal, na Praça Julio Mesquita, em São Paulo.
TRILHA SONORA WILLY CORRÊA DE OLIVEIRA EXECUÇÃO MUSICAL HELOÍSA GROSSMMAN QUARTETO ...