1935

Flávio Império nasceu no dia 19 de dezembro de 1935, em São Paulo, segundo filho de Domingos Império e Helena Fausto Império, três anos mais novo que a irmã Amélia. Seus avós paternos Antônio D’Império e Amélia Colona e maternos Ernesto Fausto e Angelina Rizzo, chegaram a São Paulo no fim do século XIX, respectivamente de Campagna e Basilicatta, sul da Itália.



1939-1946 Cursou o primário e o jardim de infância no Liceu Rio Branco, onde participou de apresentações de balé, dirigidas pela professora Carmem Brandão.

Comecei brincar de teatro aos 5, 6 anos, no quintal da casa dos meus pais: cobertores presos ao varal por pregadores e muita roupa de papel de seda.
Minha irmã e eu éramos os atuantes e minha empregada Eunice - nossa idealizadora e realizadora mais animada.
As cadeiras da casa serviam de platéia mais as janelas dos vizinhos em frente. A coxia eram outros cobertores ou lençois presos a outros varais.
Cantava, representava e dançava.
Depois das festas das escolas onde cantei, recitei, toquei piano e dancei.
Depois só vim mexer com esse material aos 20 anos quando estudava na FAU. Era teatro com crianças numa comunidade operária de um frei Dominicano, o Frei João Batista da Comunidade de trabalho Cristo Operário na Estrada do Vergueiro, em torno de uma capelinha branca pintada pelo Volpi.

Flávio Império

1947-1955 Concluído o primário transferiu-se para a Escola Caetano de Campos, na Praça da República, onde terminou o ginásio. Em seguida, cursou o científico no Colégio Presidente Roosevelt, tendo colaborado em jornais estudantis com artigos sobre teatro: Espetáculo para as moscas no Leopoldo Fróes (Borrão, jornal do Grupo de Desenho) e A Filha do Iório (O CERB, publicação do Centro de Estudos Ruy Barbosa). Ainda no Roosevelt foi assistente de Jairo Arco e Flexa na montagem de um texto de Martins Penna, encenado na festa de formatura. Nesta mesma época realizou seus primeiros trabalhos em pintura e desenho, retratos de familiares e paisagens de São Luis do Paraitinga e Itu.

1956 Ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e no Curso de Desenho da Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo (onde permaneceria até 1958, contando com uma bolsa de estudos). Iniciou suas atividades junto à Comunidade de Trabalho Cristo Operário, gerida por freis dominicanos, dirigindo a peça Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado, que foi encenada pelos alunos da escola infantil coordenada por Sabatina Gervásio e Cynira Stocco no local, onde também funcionava a fábrica de móveis Unilabor.

1957 A convite de Maria Thereza Vargas, que desde 1951 dirigia o Grupo de Arte Dramática Brasílio Machado, abrigado pela Comunidade de Trabalho Cristo Operário, Flávio Império assumiu a direção desse grupo de teatro amador. Dirigiu os espetáculos O boi e o burro a caminho de Belém e O rapto das cebolinhas, ambos de Maria Clara Machado.

1958 Na Comunidade de Trabalho Cristo Operário dirigiu a peça Humulus, o mudo, de Jean Anoilh, em parceria com Maria Thereza Vargas, além do espetáculo Natal no circo, de sua própria autoria. Aproximou-se do Teatro de Arena, realizando o projeto gráfico do programa das peças A Falecida Senhora sua Mãe e O casal de velhos, organizadas num só espetáculo por Alfredo Mesquita.

1959Ingressou como estagiário no escritório do arquiteto Joaquim Guedes, com o qual colaborou no projeto da Igreja da Vila Madalena (Prêmio Governador do Estado de São Paulo, 1961). No Grupo de Arte Dramática Brasílio Machado dirigiu, junto com Maria Thereza Vargas, a peça Quem casa quer casa, de Martins Penna. Fez então sua primeira incursão como cenógrafo e figurinista no teatro profissional, em Gente como a Gente, escrita por Roberto Freire e dirigida por Augusto Boal no Teatro de Arena. Desenhou para o grupo o projeto gráfico do programa dessa peça e de Chapetuba Futebol Clube, também dirigida por Augusto Boal.

1960 Criou a cenografia e os figurinos de Morte e Vida Severina, espetáculo com texto de João Cabral de Melo Neto e direção de Clemente Portella, produzido pelo Teatro Experimental Cacilda Becker e encenado no Teatro Natal, em São Paulo.

1961 Ainda estudante, projetou a casa Simon Fausto, construída em Ubatuba, SP. Representou a FAU-USP no Concurso Internacional para Escolas de Arquitetura na VI Bienal de Artes Plásticas de São Paulo, com projeto de centro educacional em Presidente Altino, concebido pelo grupo formado por Júlio Barone, Rodrigo Lefèvre, Sérgio de Souza Lima, Sérgio Ferro, Geraldo Gomes Serra e Wanda W. de Souza e Silva (menção honrosa). Foi o primeiro trabalho conjunto de Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro, com os quais passou a dividir um ateliê na rua Haddock Lobo, parceria que se estenderia até 1968. Fez os cenários e figurinos de Pintado de alegre e O testamento do cangaceiro, ambos dirigidas por Augusto Boal no Teatro de Arena.

1962Graduado em janeiro pela FAU-USP foi contratado em seguida como docente de Comunicação Visual do Departamento de Projeto desta instituição (cargo que exerceu até 1977). Foi arquiteto colaborador de Hélio Penteado no projeto da Praça de Santo Anastácio. Desenhou para o Teatro de Arena cenários, figurinos e programa da peça Os fuzis de mãe Carrar, com direção de José Renato. Recebeu o Prêmio Saci de melhor cenografia concedido pelo jornal O Estado de S. Paulo. Inaugurando sua participação no Teatro Oficina, fez as cenografias e os figurinos de Um Bonde Chamado Desejo, com direção de Augusto Boal e Todo Anjo é Terrível, com direção de José Celso Martinez Corrêa (esta última em parceria com Rodrigo Lefèvre). Como artista gráfico fez o programas de A Mandrágora, Teatro de Arena.

1963 Para além de suas atividades didáticas na FAU-USP, assumiu a direção do Curso de Cenografia da Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), onde permaneceu até 1966; ministrou curso de cenografia da Comissão Estadual de Cultura de São Paulo. Recebeu o prêmio Governador do Estado de melhor cenografia do ano e o 1º prêmio na IV Bienal de Artes Plásticas do Teatro (mostra paralela à VII Bienal Internacional de São Paulo). Participou de exposições de cenografia na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo e na Faculdade de Teatro da Universidade do Pará, em Belém. NA EAD fez os cenários para Os construtores de Império, ou o Schmurz e no Teatro de Arena cenário e figurinos para O melhor juiz, o rei, direção de Augusto Boal. A convite desse mesmo diretor, fez o desenho gráfico do programa de O noviço, de Martins Penna, peça também encenada no palco da rua Teodoro Baima.

1964Foi contratado como docente de Composição do Curso de Formação de Professores de Desenho da FAAP, onde lecionou até 1967. Fez a cenografia e os figurinos de O filho do cão, dirigido por Paulo José no Teatro de Arena; cenário e projeto gráfico do programa da peça Depois da queda, uma produção do Teatro Maria Della Costa sob direção de Flávio Rangel; cenário e figurinos de Andorra, dirigida por José Celso Martinez Corrêa no Teatro Oficina; cenário e figurinos de Ópera dos três vinténs, no Teatro Ruth Escobar, com direção de José Renato. Ganhou os prêmios de melhor cenógrafo da Associação Paulista de Críticos Teatrais e os Sacis (O Estado de S. Paulo) de melhor cenógrafo e de melhor figurinista; foi homenageado na Câmara dos Vereadores de São Paulo pela proposição de um museu de cenografia na cidade.

1965 A revista Acrópole dedicou seu número 319 (ano XXVII, julho) aos trabalhos de Flávio Império, Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre nas áreas de cenografia e figurinos para teatro, pintura e arquitetura. Naquele ano, a tríade de arquitetos transferiu o ateliê da rua Haddock Lobo para um cômodo reformado nos fundos da casa da mãe de Flávio, Helena Fausto Império, na rua Marquês de Paranaguá. O novo endereço seria palco de uma série de debates liderados pelo artista Waldemar Cordeiro sobre arte brasileira, que culminaram na exposição Propostas 65, inaugurada em dezembro na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo. A mostra coletiva reuniu vários dos participantes de Opinião 65, organizada meses antes por Ceres Franco e Jean Boghici no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com obras de Flávio Império, Sérgio Ferro, Antônio Dias, Angelo de Aquino, Waldemar Cordeiro, Rubens Gerchman e Hélio Oiticica. No teatro, realizou as seguintes cenografias: Evocação da La Belle Époque: A falecida senhora sua Mãe e Bal de Quat’z Arts, espetáculo dirigido por Alfredo Mesquita no Teatro Municipal de São Paulo; Arena Conta Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri, com direção de Augusto Boal, no Teatro de Arena; Vinícius poesia e canção, no Teatro Municipal de São Paulo, com roteiro e direção de José Marques da Costa. Recebeu o prêmio Governador do Estado de melhor cenógrafo e de melhor figurinista; ganhou a medalha de ouro Martins Penna da V Bienal de Artes Plásticas do Teatro, paralela à VIII Bienal Internacional de São Paulo.

1966Como artista plástico realizou exposições individuais na Galeria Goeldi, Rio de Janeiro e na Galeria Teatro de Arena, São Paulo; e participou de mostras coletivas na Galeria 7 Planetas, Galeria Stone, além das exposições Três Premissas, na FAAP, 7 Pintores, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e da exposição Nova Objetividade, na Galeria Aliança Francesa, todas em São Paulo. Representou o Brasil na III Bienal Americana de Arte, em Córdoba, Argentina e na Exposição Coletiva Latino-Americana, em Nova York. Ministrou as conferências Teatro Épico (FAAP) e Século XX: Civilização da Imagem (Grêmio da Escola Politécnica - USP). Fez a cenografia e os figurinos para a peça Os Inimigos, dirigida por Fernando Peixoto e José Celso Martinez Corrêa, uma produção do Teatro Oficina encenada no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em São Paulo. Como artista gráfico fez o programa da peça O inspetor geral do Teatro de Arena, e os livros Sexo e Educação (volumes I e II), de Sabá Gervásio. Com Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre, Flávio Império fez o projeto arquitetônico do Ginásio Estadual e Escola Normal de Brotas, primeiro de uma série de projetos para o Fundo Estadual de Construções Escolares (FECE).

1967 Participou da Quadrienal de Cenografia e Arquitetura Teatrais realizada em Praga, Tchecoslováquia, na qual foi agraciado com o prêmio de melhor cenografia teatral. Participou também da Mostra Latino Americana em Santiago, Lima, Bogotá, Caracas e Cidade do México, com as obras enviadas à III Bienal Americana de Arte de Córdoba, realizada no ano anterior. Tornou-se diretor do Teatro dos Universitários de São Paulo (TUSP), onde criou e passou a editar a revista aParte, ao lado de André Gouveia e Sérgio Ferro. Fez os cenários e figurinos dos espetáculos Arena Conta Tiradentes, no Teatro de Arena, novamente com os parceiros Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal; e Édipo Rei, com direção de Flávio Rangel, que estreou no Teatro Guaíra, em Curitiba e foi encenada no tetro Maria Della Costa, em São Paulo. Recebeu o prêmio Molière de melhor cenógrafo e melhor figurinista, concedido pela Air France. Ministrou as conferências Iniciação à Linguagem Visual, no TUSP e Pintura: produto de importação, na IX Bienal Internacional de São Paulo. Como arquiteto, ao lado de Sérgio Ferro e Rodrigo Lefévre, elaborou os seguintes projetos de novas unidades escolares para o FECE: Ginásio Estadual Jorge Cury, Grupo Escolar de Piscamirim, Grupo Escolar Sabreiro, Grupo Escolar de Sertãozinho, Grupo Escolar de Vila Progresso e Instituto de Educação Sud Menucci, todos em Piracicaba, SP; e Ginásio Estadual de Vila Ercília em São José do Rio Preto, SP. Com Rodrigo Lefèvre fez o projeto de reforma do Teatro Oficina, após incêndio que destruiu o teatro projetado pelo arquiteto Joaquim Guedes; e o projeto da casa de Amélia Império e Ernst Hamburger, que não chegou a ser construída.

1968 Projetou a casa Juarez Brandão Lopes, em colaboração com Rodrigo Lefévre. Recebeu o prêmio Governador do Estado de melhor figurinista. Desenhou as cenografias e os figurinos de Roda Viva, de Chico Buarque de Hollanda, com direção de José Celso Martinez Corrêa, que estreou no Teatro Princesa Isabel, Rio de Janeiro; e de Jorge Dandin, com direção de Heleny Guariba, no Teatro de Alumínio, Santo André-SP. Fez a concepção artística (direção, cenografia, figurinos e iluminção) do espetáculo Os Fuzis de Dona Thereza, uma produção do Grupo de Teatro dos Universitários, baseada no texto Os Fuzis da Senhora Carrar de Bertolt Brecht, que estreou no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo e percorreu as principais capitais brasileiras.

1969Participou de exposição de cenografia na VII Bienal de Artes Plásticas do Teatro, paralela a X Bienal Internacional de São Paulo. Representou o Brasil no I Festival Internacional de Teatro Universitário de Nancy, França com o espetáculo Os Fuzis de Dona Thereza (Les Fusils de la Mere Carrar), do Teatro de Universitários de São Paulo (TUSP). Fez cenário e figurinos de Marta Saré, produção e direção de Fernando Torres, com roteiro de Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo, no Teatro São Pedro; e Antígona, Ato sem perdão, uma adaptação de Millôr Fernandes para o texto de Sófocles, com direção de José Renato, no Teatro Itália, ambos em São Paulo. Em rara incursão no cinema de longa metragem, realiza a cenografia e os figurinos de O Profeta da Fome, com roteiro e direção de Maurice Capovilla.

1970-1974 Em 1970 escreveu com Paulo José e Ruy Guerra o roteiro cinematográfico de Os deuses e os mortos, longa metragem realizado no mesmo ano sob direção de Ruy Guerra. No Teatro Oficina fez o cenário e os figurinos de Dom Juan, com direção de Fernando Peixoto, projeto cenográfico que realizou no espaço reformado a partir de seu próprio desenho arquitetônico. Participou de atividades experimentais junto ao grupo de teatro norte-americano Living Theatre, em excursão pelo Brasil, a convite do Teatro Oficina. Em 1971 fez curso de Maha Yoga com o mestre Maha Krishna Swami. Iniciou com Fauzi Arap e Maria Bethânia uma profícua parceria como cenógrafo e figurinista do espetáculo Rosa dos Ventos, o show encantado, noTeatro da Praia, Rio de Janeiro. Foi responsável também pelo projeto gráfico do disco Rosa dos Ventos. Em 1972 fez a cenografia do filme A Porta do Céu, roteiro e direção de Djalma Limongi Batista. Já em 1973 o artista foi responsável pelo roteiro, direção, cenografia e figurinos de Labirinto: balanço da vida. Participou da exposição coletiva Objetos no espaço, Galeria Compass, São Paulo. Em 1974, com Myriam Muniz, Sylvio Zilber e outros fundou o Centro de Estudos Macunaíma, em São Paulo, onde passou a dar aulas (até 1976). Na inauguração da escola de teatro aconteceu a festa/ exposição Sou João, sou Pedro, sou Antônio, até o sol raiar... de Flávio Império e Loira Cerroti. Nesse mesmo ano expôs suas pinturas na Galeria Múltipla, em São Paulo e no Centro de Artes da Fundação Cultural de Brasília. Fez o curso Sensorialização e Percepção com Lia Robato na Escola de Comunicações e Artes da USP. Desenhou cenários e figurinos para o show A Cena Muda, de Maria Bethânia, novamente dirigido por Fauzi Arap. Inicia uma série de viagens pelo Brasil, que registra em filmes Super-8. Em Cuiabá promove a adaptação de uma casa antiga para a loja Barra da Saia, que na inauguração abriga exposição de trabalhos seus e de Cláudio Tozzi. Neste período inicia uma vasta produção de roupas desenhadas e serigrafadas por ele, Loira Cerroti e outros parceiros.

Com o Living Theatre e com o Fauzi Arap eu mergulhei fundo na metafísica individual, que resultou em muitas pinturas e poucos espetáculos teatrais.

Flávio Império

1975-1976Em 1975 ganhou o prêmio de melhor cenógrafo pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Desenhou cenários e figurinos para o espetáculo Réveillon, com texto de Flávio Márcio e direção de Paulo José, no Teatro Anchieta, em São Paulo. Realizou a exposição Acontecimento, no Centro de Estudos Macunaíma. Dirigiu, roteirizou e executou os filmes documentários em Super-8 A Pequena Ilha da Sicília (1975), como trabalho final para o curso de pós-graduação Ecologia Urbana coordenado pelo Prof. Dr. Aziz Ab’Saber; e Colhe, Carda, Fia, Urde e Tece (1976), para a exposição Repassos, de Edmar de Almeida com curadoria da arquiteta Lina Bo Bardi, Museu de Arte de São Paulo (MASP). Em 1976, Fez a cenografia e os figurinos das peças Pano de Boca, dirigida por Fauzi Arap no Teatro Treze de Maio e Dorotéia vai à Guerra, dirigida por Myriam Muniz no Teatro Experimental Eugênio Kusnet; e a cenografia do show Doces Bárbaros, dirigido por Caetano Veloso, que estreou no Canecão, Rio de Janeiro. Ainda em 1976 recebeu os prêmios de melhor figurinista da APCA e prêmio Governador do Estado de melhor cenógrafo.

1977 Demitiu-se da FAU-USP. Participou da exposição Alegres Pintores do Bexiga nos Teatros Igreja e Célia Helena, em São Paulo. Fez cenografia e figurinos para as peças Um Ponto de Luz, com texto e direção de Fauzi Arap, no Teatro Anchieta; e Noel Rosa: o poeta da Vila e seus amores, com texto de Plínio Marcos e direção de Osmar Rodrigues Cruz, no Teatro Popular do SESI, ambos em São Paulo. Dirigiu e fez cenografia e figurinos para o show Com a boca no mundo, de Gal Costa, que estreou no Teatro da Praia, Rio de Janeiro. Para Maria Bethânia, repetindo a parceria com o diretor Fauzi Arap, realizou cenários e figurinos do show Pássaro da manhã. Recebeu os prêmios de melhor figurinista pela APCA e Governador do Estado de melhor cenógrafo. Empreendeu longa viagem pelo Norte e Nordeste do país, instalando-se em Recife onde morou por cerca de um ano.

1978Como artista plástico participou da coletiva Baby, Flávio, Thiago na Galeria Três Galeras em Olinda-PE. Em São Paulo, apresentou a exposição individual Coisas e Loisas, no SESC Vila Nova. Recebeu o prêmio Governador do Estado de melhor figurinista e premiação especial Molière (Air France). Ministrou a conferência “O neo-figurativismo dos anos 60”, Museu Lasar Segall, São Paulo. Desenhou cenário e figurinos de Por um beijo, show de Célia dirigido por Myriam Muniz no Teatro Pixinguinha, em São Paulo.

1979Participou das mostras coletivas Matrizes, Filiais e Cia, ao lado de Flávio Motta, Renina Katz e Claudio Tozzi, no SESC Vila Nova; e de Volta à figura: década de 60, no Museu Lasar Segall. Realizou a exposição individual Flávio Império Pinturas/ 79 na Galeria Seta, em São Paulo. Fez o projeto gráfico do disco Paulinho Boca de Cantor. Cenografia e figurinos para a peça A falecida, no Teatro Popular do SESI, São Paulo; e para o show Maria Bethânia, com roteiro e direção de Fauzi Arap, no Teatro Madureira, Rio de Janeiro. Mudou-se para a antiga casa da família, no bairro do Bixiga, iniciando uma reforma cuja obra iria até 1985, ano de seu falecimento.

1980 Foi premiado com o Mambembe de melhor cenógrafo pelo Serviço Nacional do Teatro do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Como artista plástico promoveu três exposições individuais: Galeria de Arte do Cades, em Santos-SP; Galeria de Arte Oscar Seraphico, em Brasília-DF e Pintura e Muita Bandeira, Restaurante Spazio Pirandello, em São Paulo. Ministrou a conferência Fotografia e espaço, no SESC São Paulo. Desenhou os cenários e figurinos da peça A patética, dirigida por Celso Nunes, Auditório Augusta. Em seu primeiro contato com um espetáculo de dança, fez os cenários e os figurinos de Sol do Meio Dia, com coreografia de Antonio Carlos Cardoso, produzido pelo Corpo de Baile Municipal, no Teatro Municipal de São Paulo.

1981Passou a integrar o corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Belas Artes de São Paulo (até 1985). Teve seus trabalhos artísticos expostos em individual na Galeria Tenda, São Paulo; e nas coletivas Exposição-Gravuras, na Galeria Itaú, em Ribeirão Preto-SP e Pintores do Terceiro Mundo, em Grenoble, França. Desenhou os cenários e os figurinos do espetáculo de dança Libertas Quae Sera Tamem, novamente junto ao Corpo de Baile Municipal, Teatro Municipal de São Paulo; e do show Estranha forma de vida, de Maria Bethânia, Teatro da Praia, Rio de Janeiro. Ganhou o prêmio melhor cenografia de dança da APCA.

1982 Participou da Primeira Mostra do “Bazar de Arte” na Galeria SESC Paulista, em São Paulo. Recebeu o prêmio de melhor figurinista de dança da APCA. Apresentou a mostra individual Reciclagem, na Galeria Tenda, São Paulo. Desenhou a cenografia de Othello, uma produção de Juca de Oliveira no Teatro Cultura Artística; cenários e figurinos de Numa Nice, com direção de André Adler, no Teatro Anchieta, ambos em São Paulo. Concebeu espaço cênico para o Encontro de Gerações, show festa, com direção de Myriam Muniz na Sala Guiomar Novaes.

1983 Projetou e realizou a exposição Rever Espaços - o espaço cênico segundo Flávio Império, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), retrospectiva de seus trabalhos em artes cênicas. Ministrou as conferências Arte-Educação na Sociedade em Transformação no II Encontro de Arte-Educação e Espaço e cena na Rever Espaços. Fez o projeto gráfico para o disco Erik Satie vol. 5, interpretado por Cordélia Canabrava Arruda, Pietro Maranca e Ayrton Pinto. Foi o responsável pela cenografia e figurinos do espetáculo teatral Chiquinha Gonzaga, ó abre alas, com texto de Maria Adelaide Amaral e direção de Osmar Rodrigues Cruz, no Teatro Popular do SESI, São Paulo. Recebeu o troféu Mambembe de melhor cenógrafo do MEC/Serviço Nacional de Teatro e os prêmios APETESP de melhor figurinista e de melhor cenógrafo.

1984Ganhou os prêmios Governador do Estado de melhor cenógrafo e o melhor figurinista. Participou de equipe multidisciplinar responsável pelo Projeto de Intervenção na Avenida Sumaré/Avenida Paulo VI, organizada por Haron Cohen e Paulo Mendes da Rocha. Promoveu exposições individuais de artes p¬ásticas no restaurante Spazio Pirandello, São Paulo e em Jundiaí-SP. Projetou a decoração do Desfile de Carnaval da Avenida Tiradentes para a Prefeitura Municipal e a decoração do Salão de Baile do Carnaval do Palace, em São Paulo. Desenhou a cenografia de Boca Molhada de paixão calada, no Teatro Aliança Francesa, São Paulo. Fez também o roteiro, junto a Suzana Yamauchi, e responsabilizou-se pela direção, cenografia e figurinos do espetáculo de dança Absurdos ou Os doze trabalhos de Flérsules para o Balé da Cidade, Teatro Municipal de São Paulo.

1985 Realizou a cenografia e os figurinos de O rei do riso, Teatro Popular do SESI; fez a cenografia e figurinos do show Maria Bethânia, 20 anos de paixão, com direção de Bibi Ferreira, no Palace, São Paulo. Dirigiu e criou cenários desfiles de moda como os das Empresas Têxteis Santista, no Centro Empresarial de São Paulo; e de Nesa Cesar, no Palace e no Espaço Govinda, na mesma cidade. Ganhou os prêmios de melhor cenógrafo e melhor figurinista concedido pela APETESP e o Governador do Estado de melhor cenógrafo (homenagem póstuma). Readmitido como professor da FAU-USP, não chegou a dar aulas. Morreu em São Paulo, no dia 7 de setembro.