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OS FUZIS DA MÃE CARRAR (1962)

Esta foi a quarta participação de Flávio Império como cenógrafo e figurinista no Teatro de Arena, depois de Gente como a gente, de Roberto Freire, Pintado de Alegre, de Flávio Migliaccio e O testamento do cangaceiro, de Francisco de Assis, todos dirigidos por Augusto Boal. Um cenário econômico, de poucos e essenciais elementos toma o palco em um tratamento bastante diverso tanto da concepção visual dos outros espetáculos levados pelo grupo no mesmo espaço, quanto da versão que Flávio Império, como diretor, desenvolveu para o mesmo texto, em 1968, junto ao Teatro dos Universitários de São Paulo - TUSP.

A cena se passa no interior da casa da família Carrar, na sala/cozinha da morada de pescadores. Através da janela, os personagens vêem o mar, de onde sempre viera o alimento e que torna-se o lugar em que o filho será abatido. Tereza Carrar não quer ver os filhos participando do terrível conflito que aflige a Espanha e nem consente que se entregue aos republicanos os fuzis que seu marido, morto no levante das Astúrias, escondia em casa. Tem absoluta certeza que a neutralidade será respeitada pelas forças governistas.

Infelizmente isso não vai acontecer. Uma canhoneira nacionalista atira e mata seu filho, enquanto ele pescava, só porque usava um boné de operário. Teresa aprende que a posição de neutralidade não nos exime de tomarmos partido de um dos lados. Decide juntar-se à luta e entregar os fuzis escondidos aos republicanos.

Bertolt Brecht (1898-1956) inspirou-se em Riders to the sea, tragédia poética, em um ato, do irlandês J.M Synge (1871-1909), para compor sua obra dramática, localizando a ação numa aldeia de pescadores na Espanha, durante a guerra civil.

Os fuzis da mãe Carrar estreou no Teatro de Arena de São Paulo de São Paulo em 7 de fevereiro de 1962. José Renato, diretor do espetáculo escreveu no programa: “Mãe Carrar é o teatro de nossos dias (...) alguém que se debate...entre concepções e definições...entre consciência e inconsciência...”

Após essa experiência, o grupo Teatro de Arena foi reestruturado e Flávio passou a compor sua diretoria ao lado de Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri, Paulo José e Juca de Oliveira.

Estréia
07 de fevereiro de 1962
Teatro de Arena de São Paulo
São Paulo - SP

Autoria
Bertolt Brecht

Tradução

Antonio Bulhões

Direção
José Renato

Cenografia

Flávio Império

Figurino
Flávio Império

Realização
Teatro de Arena de São Paulo

ASSISTÊNCIA TÉCNICA ORION DE CARVALHO DIREÇÃO ARTÍSTICA DO TEATRO ...

CENÁRIO
FIGURINO
EM CENA
PROGRAMA
REPERCUSSÃO
PERCURSO CURATORIAL

TEATRO DE ARENA