A exposição-oficina Coisas e Loisas, realizada em 1978, inspirou a unidade Carlos de Souza Nazareth, do Sesc, a utilizar em outras oportunidades sua galeria de arte para “impor uma forma mais descontraída para suas exposições, somando-se a isto, a proposta de trabalhar no binômio técnica e processo, com o qual pretende-se um caráter didático sem contudo perder a magia do lúdico”, nas palavras da sua diretoria. Coerentemente com essa postura, a instituição convidou Flávio Império a explorar novamente o formato participativo na coletiva Matrizes, Filiais & Companhias, ao lado de Renina Katz, Flávio Motta e Claudio Tozzi, todos companheiros e colaboradores de longa data. As obras produzidas nas oficinas podiam ser adquiridas pelo público a preço de custo, em mais uma demonstração do desejo explícito de Flávio Império de quebrar, ou pelo menos não aceitar sem discussões, os padrões vigentes no sistema artístico. Numa entrevista concedida na ocasião, o artista declarava, de fato: “Eu não gosto de galeria nem de museu. São lugares fechados onde a arte perde a vida. Aqui, não. Ela está viva”.