Tendo como base de trabalho o Teatro Maria Della Costa, Flávio Império explora, neste espetáculo, linhas visuais favorecidas pelo formato do palco italiano. Jogando com a perspectiva, desenha um piso multifacetado, dividido em diferentes planos e alturas, fabricando um espaço abstrato que se presta aos vôos desordenados da memória do personagem. Utiliza-se novamente de artifícios de luz, como painéis backlight ou projeções de luz e sombra, na sugestão de diversos espaços e situações pelas quais passa o personagem.
A rubrica do texto orginal indica “cena vazia, sem o mobiliário convencional, nem paredes, nem limites fixos”.
Com um título que traz a nostalgia evocada pelo episódio bíblico da perda do paraíso, Depois da Queda, é um espetáculo em que os pensamentos de um homem tomam vida sobre o palco. O “próspero advogado” Quentin é colocado diante de personagens e acontecimentos de seu passado, revendo e revolvendo relações e decisões de momentos cruciais de sua vida. Um tempo em suspenso, um hiato em que sua memória comanda o enredo.
Personagens se revezam, por livre associação, em um texto de claro traço autobiográfico, no qual participam seus pais, amigos, parceiros, amores e paixões. Inspirada no relacionamento do próprio autor, Arthur Miller, com a atriz Marylin Monroe. A peça enfoca a convivência, o casamento e sua tentativa de salvar essa mulher de um mundo que a banalizava. Projeto de vida que termina em um grande fracasso.
Da memória política vem a decepção diante da covardia de seus pares que não reagem à perseguição anti-comunista, movida pela Comissão de Investigação de Atividades Anti-Americanas. Situação esta que o faz reviver o sofrimento de seus pais, judeus poloneses, ao fugirem do país natal para abrigar-se em terras norte americanas.
PRODUTOR SANDRO POLLONI ASSISTENTE DE CENA DELMAR MASCUSO CONTRARREGRA BETINHO HÉLIO ...