ARTES CÊNICAS » TEATRO

A FALECIDA (1979)

Cena vazia, fundo de cortinas. Os personagens é que, por vezes, segundo a necessidade de cada situação, trazem e levam cadeiras mesinhas, travesseiros que são indicações sintéticas dos múltiplos ambientes (…)

Assim é a descrição da ambientação indicada pelo texto original de A Falecida, de Nelson Rodrigues, para o espetáculo. No entanto, a montagem do Teatro Popular do SESI, sob direção de Osmar Rodrigues Cruz, com cenários e figurinos de Flávio Império, constrói uma nova leitura cenográfica para a peça, contando com o aval do autor.

Zulmira, moradora do subúrbio da cidade do Rio de janeiro, casada com Tuninho, ora desempregado, afogada no tédio e na modorra de um cotidiano sem perspectiva, encontra-se com o que crê ser o seu destino. Na consulta a uma cartomante revela-se a existência de uma mulher loira em seu caminho. Assim que consegue identificar tal personagem como sendo sua própria prima, Glorinha, em uma espécie de delírio, passa a tomar decisões moralistas radicais, inexplicavelmente de caráter autopunitivo. Zulmira resolve converter-se a uma nova religião, não mais beijar o marido, não ir à praia ou usar maillot. Diante da inexorabilidade de sua sorte, encontra a forma de vingança mais adequada para com a parenta culpabilizada: um enterro de alto luxo, que a diferenciaria dos vizinhos e de todos. Os sintomas da tuberculose começam a aparecer enquanto ela mesma encomenda seu próprio féretro na funerária mais cara da cidade. Em poucos dias, a distinta morre.

O pagamento do altíssimo valor do evento fúnebre ordenado será o mote da revelação final. A pobre e carente Zulmira teve, na verdade, uma efêmera vida dupla como amante fogosa de um milionário "podre de rico", dono de uma frota de lotação. A única testemunha ocular não poderia deixar de ser uma mulher loira, sua prima Glorinha. A reação do marido traído, ao saber da aventura da falecida, beira o tragicômico. No dia seguinte à revelação, em pleno Maracanã, apostando na vitória de seu clube, joga para o alto os 40 mil que arrancara do abastado amante, João Guimarães Pimentel.

Estréia
20 de julho de 1979
Teatro Popular do Sesi
São Paulo - SP

Autoria
Nelson Rodrigues

Direção
Osmar Rodrigues Cruz

Cenografia
Flávio Império

Figurino
Flávio Império

Iluminação
Domingos Fiorini

Direção Musical e Sonoplastia
Wagner Casabranca

Realização
Teatro Popular do Sesi

Diagramação de Programa
Eike Lopes Muniz

ASSISTENTE DE DIREÇÃO CELSO RIBEIRO ASSISTENTE DE CENOGRAFIA LOIRA CERROTI ASSISTENTE ...

DEPOIMENTOS

NELSON RODRIGUES ESCREVEU A FALECIDA PARA UM PALCO NU. SEM A ILUSÃO ...

FLÁVIO IMPÉRIO

QUANDO FLÁVIO IMPÉRIO VIU PELA PRIMEIRA VEZ A FALECIDA ENCONTROU UMA ...

NELSON RODRIGUES
CENÁRIO
EM CENA
CARTAZ
PROGRAMA
REPERCUSSÃO