COISAS E LOISAS (1978)

A exposição-oficina Coisas e Loisas representa uma das primeiras e mais felizes experiências de Flávio Império na organização de exposições com um caráter marcadamente participativo. Na ocasião, o artista mudou-se do seu ateliê do Bixiga para o espaço do Sesc, passando a trabalhar no local, em colaboração com visitantes da exposição que quisessem participar da produção durante toda a exposição-oficina. Esse caráter festivo e colaborativo da mostra, com a criação de um ateliê de trabalho cujo resultado poderia confluir para a própria exposição, é bastante representativo da relação do artista com a produção gráfica em geral, e especialmente serigráfica, que foi em boa medida utilizada, mesmo no ateliê, abdicando de qualquer preocupação com autoria, aliás, contando com a colaboração espontânea de amigos e familiares.

Além de algumas pinturas e objetos, a exposição Coisas e Loisas era composta principalmente de serigrafias e litografias, prevalentemente variações sobre alguns dos temas mais explorados pelo artista nesse período, entre eles o retrato de Caetano Veloso e as figuras de santos: São João, São Pedro e Santo Antonio, São João menino (iconografia desenvolvida em um primeiro momento para o espetáculo Um Ponto de Luz, 1977) e Cosme e Damião.